domingo, 6 de novembro de 2011

Ideias de ideais

Idealismo
Desconforto com perguntas alienadas
Incerteza da existência do ser ideal

A beleza é fundamental?
A inteligência é afrodisíaca?
Talvez não! (Talvez?)

Então quais são as respostas?
Respondo com certeza que não sei a resposta!

Padrões construídos
Curvas, beleza, inteligência e sedução essenciais
Ilegítimas “formas” de descrever um ser ideal

Lacuna que desperta sensações devastadoras e injustificáveis.
Seres ilusórios!

Não as pessoas a granel, a la carte ou a self-service.
Não as “pessoas ideais”.
Pessoas doces ou amargas demais para se provar.

Apenas pessoas!
Tão somente e tão apenas pessoas.

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)

sábado, 8 de outubro de 2011

Os de tons nobres

As portas do nosso abrigo se abrem sem termos a certeza de quem entrará.
Pelas frestas das janelas entram os ventos, os pássaros, as respostas... E os amigos.
Que nos abraçam como raios de sol.
E nos envolvem como nuvens em sonhos de criança.

Seres que perfumam nosso ar.
Frutos de uma escolha.
Uma opção de amor!

São atos, palavras e atitudes.
Sentimento próximo mesmo estando longe.
Respeito sem preconceito.

São luzes da ribalta.
Suspiros profundos.
Palavras recheadas de paz e ternura.
Aplausos na primeira fila.

É aflição.
É luto e luta.
Celebração e afago.
Gratuidade... que nos afogam de prazer.

Quero os que me embalam com lindas canções de outono.
Não quero nem os piores, nem os melhores, nem os normais...
Quero apenas os diferentes.

E é por isso que desejo a você meu amigo
Que todos os versos que segredam em seu peito falem do amor e da liberdade.
Caminhe ao encontro de sua verdade.
Coragem e encoraje!

Desejo que sua flor seja inteira.
Que seu sol seja o mais vermelho e ardente.
E que sua lua seja a mais bela lua do firmamento.

Amigo!
Estou interessado na tua sensibilidade, lealdade, fraternidade e equilíbrio.
Amigo do peito, do coração...
Amigo de alma.

Hoje mudei a paleta de cores de minhas amizades.
Quero apenas as de tons nobres.
Como você!

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Aos 30 anos do dia 21

Hoje aos 30 sei o que sou
Sei o poder que tenho.
Não faço mais joguinhos pra testar a minha ou a tua capacidade.
Hoje me dedico a jogos mais atraentes
Jogos excitantes!

Aos meus 30
Aprendi a disfarçar a inocência e a temperá-la com uma pitada de malícia.
Deixei de usar de estratégias sórdidas para chamar a atenção.
Hoje sou mente que tudo vê, que tudo sente.

Aos meus 30
Sou um amante perfeito.
Capaz de deliciar com os mistérios, desencontros premeditados e beijos ofegantes.
Sou as formas de um corpo esculpido pela pouca experiência, mas aquecido pela sensualidade de quem sabe exatamente o que quer.

Sinto que o romantismo após os 30 anos do dia 21 age como um bálsamo em minha mente.
Sou alma e coração.
E admito!
Um romântico perfeito!

Aos 30
Deixei de sofrer com a figura do passado.
Descobri que sou pessoa, sou humano...
Sou insano!
Um curinga num baralho de memórias e melodias.

Hoje quero debruçar-me nas sacadas de um novo caminho e espiar o que está por vir.
Deitar-me sozinho na estrada.
E observar-me nu...
Nu num espelho.
E do meu ser nada tiro.

Sou 30 anos de evolução e crescimento.
O produto de tudo que ficou para trás.
Do que ouvi, falei, vivi...
Experimentei.

Para os próximos 30
Desejo ouvir o chirriar dos pássaros, o sol pela manhã, a música de um novo compasso.
Desejo apenas ser respeitado.
Ser amado!

E hoje aos 30
Não tenho mais vergonha de ser o menino que eu sempre soube ser.

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Primavera flor de saudade

No canto em que estou
Escuto apenas o canto das gotas
Um ritmo lento sobre as folhas, as flores...
E as pessoas em nosso jardim.

Fecho os olhos, as portas, os livros
Sinto a saudade cirandar por entre meu corpo...
Flores e folhas de cartas que colhi
E com meus pensamentos deixo-as voar.

Saúdo a primavera!
Suspiros, rubores e pudores que desabrocham em carícias perfumadas.
Floresço como fogo, espumante...
Risos e lágrimas!

Perco-me entre desejos de bailar por rosas, lábios, folhas, pêlos e pétalas no vergel.
Num silêncio total!
Num reino encantado de olores e cores!

Uma brincadeira entre o laranja e o amarelo das folhas do calendário exala lembranças, fragrâncias.
E no canto...
Com os olhos cerrados

Escuto o soluço do vento
Um pranto lento!
Uma gota de saudade.

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998

sábado, 10 de setembro de 2011

É meu

Invidere!
Pare de querer o que não é teu.
Sim! Estes farrapos são meus.
Não te empresto!
A fatia de carniça também é minha.
Por que queres tudo?

Tu que sobrevives de sombras
Entre esgotos e ruas escuras
Desejando outros caminhos
Envenenando a tua alma.
Tu que só enxergas teu rosto
Num vil espelho de ilusão.

Tu que és peçonhenta
Negas teu presente
E presenteia a vida a todo instante com tormentosos sentimentos.
Cobiçando meu tesouro...
Tesoura que corta a carne...
A roupa nova!

És tão íntima.
Pecado de Caim.
Caida em trapos na escuridão.
Perturbadora e aniquilante
Fazendo de teus olhos flamejantes
Miras sem calibres.

Desejas meus amigos,
minhas reliquias...
 e minha viagem encantada.
Desejas minha vida, minha morte, minha estrada...
Desejas até meus sonhos...

...que nao te conto mais!

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)

domingo, 28 de agosto de 2011

Extinção

Quem será o próximo?
A quem tu devorarás?
Oh morte!

Perplexidade que cerca nossas vidas.
Realidade inanimada e sem deslumbres.
Querer fugir é desequilibrar-se mentalmente.

Destino ou passagem?
Vitória ou derrota?
Cores ou breu?

Pra quem foi não sei!
Pra quem ficou.
Ausência de brilho, alegria e afeto.

Vidas para ganhar e depois perder.
Passos que ficaram para trás ao encontro de um novo passo.
Um Presente!

Qual presente?
Ele não existe mais.
Você se foi.
Eu vou... Ele vai.

Nos encontraremos novamente.
É só questão de tempo.
Tudo se vai!
Tudo se esvai.

Mas que bom que você nos deixou lembranças e amor.
Cravos e rosas.

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)

sábado, 20 de agosto de 2011

SofriMente

Dias e dias trancafiado numa morbidez inexistente.
No suor e no sangue um alarme que nunca existiu.

Pensamentos prolixos... Sentimentos gritantes.
Limites viscosos e ensejos desarvorados.

Coisas de uma mente que negativamente quer sentir.
Fazendo do meu ser um ato fúnebre. Um viver lutuoso!

A mente precisa de mudanças.
Transformações positivas!

O corpo clama por ditos, descritos... Narrativas confiantes.
Esperanças camufladas nas entrelinhas das minhas sinapses.

Que os vulcões desta criatura tornem-se serenos.
Borbulhando minha imaginação de bom senso.

Que as escrituras em minhas paredes impeçam o medo a me acompanhar
Que meu dicionário seja soletrado de forma mais simples.

Quero brincar de crescer!
Quero ascender para sempre brincar!

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)

sábado, 13 de agosto de 2011

Inverno astral - Um poema frio


Que inferno é esse?
Frio e vento lá fora
Aqui dentro inquietude nos diálogos
Nevoeiros fragmentando meus versos.

É! Chegou o inverno!
Hora de hibernar
Já não ouço os sons das formigas a trabalhar
Pois o frio corta, alivia e depois mata.

É a Natureza revestindo-se de um novo cenário
São as constantes inversões... Térmicas e de humor
É o vento que arrepia minha nuca...
Somente o vento!

Termômetros emocionais abaixo de zero
Neblina que inspira mistério
Um ar glacial que queima meus pensamentos
Sol gelado a me acompanhar

Razão e portas trancadas
Friagem que pelas frestas insiste em entrar
Braços em labaredas
Queimando a fria brasa na lareira

Chocolate quente para os lábios
Colchas de retalho para esquentar a pele.
Calor que se esquece do coração
Inferno astral... Um trânsito invernal sem sinalização!

Não enganas a ninguém
Lágrimas que congelam as retinas impedindo sua visão
Coloque-as em qualquer refrigerador

Regressa verão e aqueça-me com seu amor!


(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Dance a dança

Experimente hoje a inexplicável energia que sentes ao viver a dança.
Sintonize-se em seus movimentos e liberte sua alma no mesmo compasso da melodia.

Saboreie as cifras.
Beba as notas.
São os ritmos que correm no sangue.
São os músculos a brindar.
O viver a rodopiar.

Coreografe o seu presente.
Não penses!
Não sofras!
Baile e embale!

Dance com o consciente e balance com o inconsciente.
Reviva com equilíbrio.
Transcenda sem compromissos.

Concentre-se em seu enredo.
Abra o seu baú e revire seus discos, suas sapatilhas, sua vitrola.

Dance com as mãos, com as palavras, com os olhos.
Que seja sozinha ou em plena multidão.
Que seja nua ou com um belo vestido.
Que seja à noite, ou em todo o verão.

Dance!
Dance para ti.
Dance para mim.
E para todos!
Dance com a vida.
Dance para a vida.

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)

domingo, 10 de julho de 2011

Desenho estranho

Talvez eu tenha pintado uma história em nuances fortes.
Desenho estranho de uma vida interpretada como uma tela de Dalí.
Puro expressionismo abstrato.
Que fez de mim um risco de loucura.

Talvez eu tenha emoldurado a desordem que eclodia dessa doce demência com sua fina pele fina.
Realçando todos os detalhes de teu corpo.
Matizes de uma emoção descuidada.
E sob teus dedos me vi escorrendo como uma simples confusão de cores.

Talvez eu tenha grafitado o céu apenas em preto e branco
buscando por um instante por coisas mais importantes que as estrelas.
Te rabiscando em mil mundos!
Mas não conseguindo te colorir em nenhum deles.

Agora vejo que os mesmos traços com que retoquei tua silhueta
me fizeram esquecer os sonhos de travesseiro.
E sobre a mesma tela que te pintei como um sonho singular...
hoje ressalta apenas o contorno de uma natureza morta.

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Mentiras que eu quero contar

Afina agulha da vitrola em novas canções
Um drink, um cigarro na mão, corpo jogado no chão
Que trilha gostosa de escutar
A sua voz eu encaixotei com alguns velhos LP’s
Em algum porão úmido que eu prefiro nem lembrar!

Uma rede que me abraça, me acolhe num balanço
Dedos num vai-e-vem tocando a terra
Olores de vida e vida viva em meus olhos
Viva vida minha! Só minha!
Afago seu que em mim não toca mais.

Enalteço! É hora do banho
Água quente sobre os ombros, escorrendo pela boca
Sinto (vivo!) minhas mãos pelo meu corpo
Espumas que dão prazer...
Sem sua língua pura e doce, consigo sozinho me enlouquecer!

É cheiro de café, é a broa de fubá
É inspiração que vem com o ar
Um piquenique com sua toalha xadrez
E você uma criança incapaz
Brincando sozinho com sua insensatez!

Oh linda noite que me espera e que comigo supera
Olhos fechados, travesseiros ao lado, sonhos rasos... raros!
No espelho minhas letras escrevem por pura vaidade
É TARDE DEMAIS!
E no meu coração... Eu queria que isso tudo fosse verdade!

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)

sábado, 25 de junho de 2011

Seja

Você foi...
Você foi grande... Realmente melhor!
Você foi loucura... Sanidade em minha mente!
Você foi regras rompidas... Limites ultrapassados!
Você foi a mais gostosa pele nua... Você foi arrepio!
Você foi abraço em meus braços... Minha conquista!
Você foi barro que preencheu espaços e sonhos... Cobrindo minhas feridas!
Você foi acerto em meus erros... Companhia em minha solidão!
Você foi a mais bela poesia de amor... Prosa e tesão!
Você foi meu norte... Sul...real!
Você foi meu Sol... E hoje o céu é apenas Lua!
Você foi tudo pra mim... Hoje você é tudo em mim!
Você foi forte em me conquistar... Um perfume que pra sempre irei levar!
Você foi caminho... Encontro em desencontros!
Você foi meu reino... Presença em meu ar!
Você foi meu maior medo... Minha maior proteção!
Você foi sentido em meus sentidos... Confusão gostosa de sentimentos!
Você foi sorriso, olhar. Você foi saudade... Você é saudade!
Você foi... Você ainda é!

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)

domingo, 19 de junho de 2011

Em Paralelo

Gostaria de viver num Mundo!
Um Mundo que não fosse esse.
Tão pouco aquele.
Outro Mundo!
Ministraria visões e mentiria com as ervas.
Imaginaria só!
Só imaginaria!
Falaria todas as verdades, pois todas poderiam ser ditas.
Falaria todas as línguas, pois todas poderiam ser compreendidas.

Um MUNDO!

Onde os cães sugariam o sangue das pulgas.
As formigas gerariam bezerros e os bezerros caçariam lebres.
Aprenderia gramática com as corujas.
Contaria com os pombos.
Viajaria... nas asas de um frango assado!
Os cegos poderiam ver os mudos e os mudos poderiam pedir pães.
Adversidades, oposições e antagonismos.
Nas gaiolas: porcos e leões.
Nos aquários: cachorros, gatos, ratos.
Abelhas retirariam o néctar das rochas e insetos guardariam nossas casas.
Cercaríamos os homens e soltaríamos os gambás.


Paralelo Mundo! Meu Mundo Em Paralelo.

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei no. 9.610, de 19/12/1998)

domingo, 12 de junho de 2011

Escritos da Lua

Absorvo a harmonia graciosa do entardecer.
Deixo-me ser possuída pela noite.
Ouço uma canção na voz da natureza que a tantos poetas empresta inspiração.
E torno-me mensageira, Jorge e Guerreira!
Quando cheia, um beijo meu.
Quando crescente, um sorriso seu.
Nada mais sou do que o néctar que te embriaga nas noites de magia.
Dona das lendas e flor do céu.
Quero te convidar para o despertar dos perfumes do meu jardim.
Comungar com a fertilidade, com os risos e com os choros.
E você! Nada mais é do que a eterna espera a confortar as efêmeras flores.
Os novos sonhos e caminhos.
Cores e feitiços.
Você que tira o meu e o seu fôlego.
Nosso ar!
Banhando-me com suas luzes.
Clareando cada marca do meu rosto.
Refazemo-nos a cada lua nova.
Tornando-nos soberanas.
Cúmplices de uma fogueira que arde nos céus e que derrama carícias discretas nos corpos dos apaixonados.
O que me faz brilhar é saber que serei sempre o alento de tua poesia.

O que te faz brilhar é estar sempre presente em minha fantasia.

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)

domingo, 22 de maio de 2011

De sabor doce

Beije-me e tatue tua boca em meu pescoço.
Levite-me com teu sorriso e almeje os meus suspiros.

Beije-me com tua língua em chamas e desperte todos os meus pecados.
Entorpeça-me com teu corpo apertado, despudorado.
Cômico e nefasto!

Beije-me e me condene a ter eternamente tuas palavras nuas ao meu ouvido.
Encharque minha essência com tua saliva ácida e me faça tremer...
Não importando se pelo vento ou pelo prazer.

Beije-me e transfira tua alma para os meus pensamentos.
Traia os meus instintos com tua libido e teus lábios insanos.
Delicie com o riso do meu corpo e me arrepie com o arrepio de tua pele.

Beije-me e tateie a inocência presente em minha alma.
Rascunhe os meus desejos e busque os mais famintos olhares.

Beije-me e abuse de meu silêncio.
Penetre o sagrado e me afogue de carinho.

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)

domingo, 10 de abril de 2011

Duas pedras de gelo numa dose de angústia

Há tanto tempo me tornei
Irremediavelmente mente confusa!
Um léxico de silêncio
Enciclopédia de dúvidas.
Um verbo não conjugado
Sem pronomes e sem pessoas
Com o destino em uma verdade
Que não em mim!

Hoje sinto o vento sacudir minha alma indigna
Um ser covarde!
Murmúrios de um corpo que ecoa a solidão em minha cama, em minhas palavras
Em meu sorriso.
Abnego e renego qualquer pensamento
Num momento!
Estou farto de existir nas noites de insônia
E de me anular se adormecer sozinho.

Sei que os cadáveres a minha volta são apenas alucinações
Sei que não levarei para o outro mundo os poemas que escrevi
Que os sonhos de criança não me acompanharão
Que meus medos são mortes e dores do que já fui.
Perdi minha vontade de metamorfosear
E a única certeza que tenho é que meu barril transbordou
Em lagrimas, em ilusões, em pesadelos
Em emoções súbitas!

Sem sentido algum
Tudo transbordou!
E não existem mais novas poesias em mim.

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)

domingo, 3 de abril de 2011

Tapetes e mosaicos

Adormeça com o outono
Com os vinhos e as folhas enfermas
Relembre tardes que lembram outras tardes
Árvores nuas para aliviar o calor.

Adormeça com o outono
Com as andorinhas que com o verão partiram
Descubra no vento canções e momentos
Saudade de quem já não está.

Adormeça com o outono
Tempo que não olha para trás
Fortaleça para um inv-f-erno escuro
Reviver sempre é capaz.

Adormeça com o outono
Em sóis ao encontro de longas noites
Tapetes feitos pela primavera
Mosaicos em folhas vermelhas, castanhas e amarelas.

Adormeça com o outono
Sinta a chuva colorida das nuvens e copas
Que caem para novamente renascer
De uma Natureza a envelhecer.

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)

domingo, 27 de março de 2011

Branca de Neve

Que objeto sou eu?
Que toda vez que por mim você passar
Reflito a imagem mais bela que se possa admirar.

Sou tão frio em suas noites quentes de pesadelo
Traduzindo em meus olhos vidrados, sua pérfida beleza.
Seu mal necessário

Quero você por todos os cantos, me perseguindo por todos os lados!
Quero te mostrar como és belo
Pois sei que a vaidade é luxo... É lixo!

Escondo suas antigas e novas rugas
Abrigo narcisos em sórdidas ruas
Cremes como asfalto. Maquiagem derrocada!

Mostro ouros, pratas... Anéis de brilhante!
Seus belos dedos, belas mãos
A pedra em teu coração!

Te faço figura mortal num corpo perfeito
Estátua sem emoção
Atitude com defeito!

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)

segunda-feira, 21 de março de 2011

Onde brotam os brutos

Broto!
Broto por todos os cantos
Broto pra todos os lados
Ingênua e inocente nascente
Broto!

Broto!
Broto em águas que encantam
Broto exclusivamente para saciar
Sedes em lares, em mares desaguar
Broto!

Broto!
Broto em doce textura salgada pura
Em lagos, em rios, em nuvens... Agádois
Oh sagrado!
Broto!

Broto!
Broto em movimentos que embebedam
Fria ou morna a fim de refrescar
Broto e germino com a vida
Broto!

Broto!
Broto e clamo socorro
Vozes ao encontro de ouvidos tapados
Sons que se perdem por aí, mas mesmo assim...
Broto!

Broto!
Broto mesmo sabendo que posso acabar... Secar e evaporar
Homens em ambições desequilibradas
Para o equilíbrio perfeito abalar
Broto!

Broto!
Broto sem pedir nada em troca
Mas o que vocês estão fazendo comigo?
Seres humanos
BRUTOS!

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)

segunda-feira, 7 de março de 2011

Sexo poeticamente frágil

É menina dama, senhora moça.
É donzela ou meretriz!
Deusa ou santa!

Seu traço um retrato...
Um vestido branco rodado.
Uma valsa no salão.

É solteira e amante.
Casada e essencialmente alforriada!
Singular quando chora e pluralizada quando sorri.

É feminina em pele e feminista em alma.
É a beleza da flor, opulência de amor.
Sensualidade com louvor.

É o raiar da simplicidade e a supremacia do entardecer!
Um pensamento difuso.
Uma reviravolta hormonal.

Janela da sedução e palco de volúpias.
Uma bela cantiga.
Uma obra renascentista!
A perfeição da imperfeição de Adão.

É fantasia de rosa, raio do luar.
Uma constelação inerente!
É Maria...
É bonita!

É poeticamente frágil e excepcionalmente mulher!

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Tempero para a vida

De uns tempos pra cá...
Resolvi me temperar
Meu emocional necessitava disso
Meu físico pedia para eu me controlar.

De uns tempos pra cá...
É a sobriedade que me faz companhia
Não as banhadas de vinho e orgia
Mas as que me fazem enxergar.

De uns tempos pra cá...
Tenho vivido com moderação
Seja dos sentidos, seja do coração
Corpo e mente desfrutando a mesma estação.

De uns tempos pra cá...
O reflexo da verdade que me faz elevar
Elevar com prazeres contidos
Comedimento... Condimento comedido!

De uns tempos pra cá...
Sou Senhor de mim
Respiro minha própria dignidade
Domino no palco meus instintos... Regularidade!

De uns tempos pra cá...
À harmonia me faz crescer, me faz pensar, me faz ser
Uma porta encostada sem trancas
Mas para entrar precisa bater.

De uns tempos pra cá...
Passo... Passo a passo
Em poesias e caminhos despretensiosamente prazerosos
Sem vaidades, nem anseios apetitosos!

De uns tempos pra cá...
Percebi que uma vida bem temperada fica mais gostosa de viver
Mas um pouco de “gula” não faz mal nem pra mim...
Nem pra você!

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)

domingo, 13 de fevereiro de 2011

E a pós...

Poucos vão ouvir,
Muitos não vão entender.
Mas não sei ser quem não sou.
Então...
Pra que desistir?

Pra que desistir dos desagrados...
Dos desamores.
Desembaraços.
Pra que desistir do ocaso, acasos.
Do fim do tempo...
Do fim dos passos.

Pra que desistir das tardes de chuva...
Das janelas e dos olhos embaçados.
Pra que desistir da saudade...
Da sedução.
De minha face piegas...
Momentos de ilusão.

Nunca desistirei das estrelas
Do amarelo do verão.
Dos que verão o girassol.
Nunca desistirei da rosa da primavera...
Dos jardins e das azaléias.

Nunca desistirei do meu whisky...
Do meu contreau!
Nunca desistirei de minha sede.
Da magia e maravilhas da vida.
De todas as estações...
De tudo que eu desenhei.

Já ouvi muitas coisas...
Vivi outras.
Quero sentir tantas mais.
E por tudo isso...
Nunca desistirei de mim!

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei no. 9.610, de 19/12/1998)

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Nove meses

Feminilidade
Renascença da mulher graciosa
Sopro vital.

Fértil e fecunda
És Natureza!
És Mulher guerreira
Contornos que transfiguram
E que transbordam os limites das emoções.

Um paraíso de rosas
Uma ciranda de roda
Amor incondicional!

És meu vício... És minha arte
Monumento que me abranda!

Todas as regras e limites...
Ternura e conforto.
Um relógio sem números e ponteiros
És pra todas as horas!

Chorarás com minhas lágrimas
Sorrirás para meu sorriso
Estarás presente também na ausência!

És o outono puro... Primavera dos sonhos
Sonhos sãos!
Sonhos...
...e sonho com você.

Dos seus formosos lábios
Todos os conselhos são sábios
És a personificação da alma!

Que bom que tenho algo de ti em mim
Que bom que tens um pouco de mim em ti
Que bom saber que me inspiras.

A quem pedir as palavras?
Encontrei o significado
Na beleza da poesia.

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)

domingo, 23 de janeiro de 2011

Reviravolta

São tantas voltas
São tantas vidas
Vidas e voltas
E as voltas que a vida dá!

Uns vão... Uns vêem
Às vezes se perdem... Tantos se acham
Alguns quando vão, não precisam voltar
Uns não precisam nem ir... Merecem ficar!

São tantas voltas
São tantas vidas
Vidas e voltas
E são tantas as voltas que a vida nos dá.

Voltas que nos modificam
Voltas que nos melhoram
Vidas incapazes de perceber
Vidas dignas de merecer.

São tantas voltas
São tantas vindas
Vidas vindas em voltas
São belas as coisas que a vida nos dá.

Passados com problemas resolvidos
Problemas no presente nos perseguindo
Eles vão e eles vêem
São tantos problemas que a vida tem.

Reclamações de sofá...
Máscaras para a realidade
É fato!
As voltas e reviravoltas que a vida dá.

180 graus!
Tomada de decisão. Retomada de posição
Força e superação.... Necessárias!
Caso contrário, não há evolução.

Criança, adolescência, adulto, velhice...
Seguindo para a morte
Com fases cumpridas. Etapas enfrentadas
Evolução sedenta de crescimento. Revolução!

Por mais voltas que a vida nos dá
Por mais voltas que damos na vida
Encare os problemas de frente
Supere-os mais uma vez... E sempre!

Todas as horas, todos os dias... Teremos problemas.
Pra cada segundo nascermos melhores
Pra todas as horas sermos maiores
Por que todos os dias... Temos mais um dia!

(Bruno Guedes Fonseca e Elbon Fontes de Souza Júnior)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)

domingo, 16 de janeiro de 2011

Diferenças que ecoam


Pouca idade
Olhos azuis
Barbas de molho
Grandes orelhas que escutam...
Mas pra que falar?

Belos príncipes
Belas brancas
Bruxas belas
Se os belos dizem tudo...
Então... Pra que falar?

Contar, cantar e falar
Proteste já!
Diferenças que me fazem ecoar

Pele negra
Primeiro segundo... Tempo...
Sexo!
Em palavras silenciosas
O caráter falará

Boca que não fala
Pronome que não faz diferença
Sou eu!
Um grito em prosa e poesia
Para o seu coração escutar

Contar, cantar e falar
Proteste já!
Não deixe de ecoar!

Contar, cantar e falar
Quem cala fala
Pra vida em vida marcar!

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)

domingo, 9 de janeiro de 2011

O machado do Assis

A loucura pode perfeitamente invadir o reino do romantismo e do realismo.

É o que vemos hoje por ai.
Românticos realistas.
Loucos românticos e românticos realmente loucos!

Não existem mais Helenas nem Bentinhos.
De Capitu apenas uma historíola fantástica é escutada.
Restam as memórias.
Sejam as póstumas ou as herméticas.
Memórias do amor.
Do afago.
Do amado!

O romantismo cedeu lugar à mesa para as cobaias humanas e para os homens grosseiros.
Amantes apenas das metáforas.
Um mundo alienado por seres aficionados exclusivamente por charadas e enigmas.
Germes do desequilíbrio!

Os dias estão mais ilegais, vorazes, inseguros e vulgares.
Os amores estão ao acaso.
Acidentais ou incidentais.
O amor está vagabundo!
Um resto e ranço de um ex-mundo.
Mudo!
Imundo!

Onde se escondeu o verdadeiro amor?
No cinema?
No baú?
Dentro do espelho?
Aprisionado como um fantasma?
Numa mensagem perdida?

O que falta para o amor é reaprendermos a semear, a adubar, a podar e a irrigar.
Cultivar no tempo certo.
Esperar o fruto crescer.
Esperar os pássaros espalharem as sementes, os beijos, as belas palavras, os abraços e a gentileza.

Sentemos à mesa e brindemos novamente ao amor.

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Cásate Conmigo

Eso es lo que quiero para mí…
Pasión que no puedo explicar
No necesitamos inútiles peleas
Tú a mi perdonarme.

Eso es lo que quiero para mí…
La forma en que me miras
Cariño gustoso
Infinitos momentos íntimos para compartir.

Eso es lo que quiero para mí…
Toda una vida para amarte
Romper las reglas
Caminar contigo a mi lado.

Eso es lo que quiero para mí…
Besos lentos, fechas para celebrar
Placeres sin riesgos
A ti mi vida quiero entregar.

¡Es eso lo que quiero para mí!
¡Es a ti a quien quiero para mí!

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)