quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Aos 30 anos do dia 21

Hoje aos 30 sei o que sou
Sei o poder que tenho.
Não faço mais joguinhos pra testar a minha ou a tua capacidade.
Hoje me dedico a jogos mais atraentes
Jogos excitantes!

Aos meus 30
Aprendi a disfarçar a inocência e a temperá-la com uma pitada de malícia.
Deixei de usar de estratégias sórdidas para chamar a atenção.
Hoje sou mente que tudo vê, que tudo sente.

Aos meus 30
Sou um amante perfeito.
Capaz de deliciar com os mistérios, desencontros premeditados e beijos ofegantes.
Sou as formas de um corpo esculpido pela pouca experiência, mas aquecido pela sensualidade de quem sabe exatamente o que quer.

Sinto que o romantismo após os 30 anos do dia 21 age como um bálsamo em minha mente.
Sou alma e coração.
E admito!
Um romântico perfeito!

Aos 30
Deixei de sofrer com a figura do passado.
Descobri que sou pessoa, sou humano...
Sou insano!
Um curinga num baralho de memórias e melodias.

Hoje quero debruçar-me nas sacadas de um novo caminho e espiar o que está por vir.
Deitar-me sozinho na estrada.
E observar-me nu...
Nu num espelho.
E do meu ser nada tiro.

Sou 30 anos de evolução e crescimento.
O produto de tudo que ficou para trás.
Do que ouvi, falei, vivi...
Experimentei.

Para os próximos 30
Desejo ouvir o chirriar dos pássaros, o sol pela manhã, a música de um novo compasso.
Desejo apenas ser respeitado.
Ser amado!

E hoje aos 30
Não tenho mais vergonha de ser o menino que eu sempre soube ser.

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Primavera flor de saudade

No canto em que estou
Escuto apenas o canto das gotas
Um ritmo lento sobre as folhas, as flores...
E as pessoas em nosso jardim.

Fecho os olhos, as portas, os livros
Sinto a saudade cirandar por entre meu corpo...
Flores e folhas de cartas que colhi
E com meus pensamentos deixo-as voar.

Saúdo a primavera!
Suspiros, rubores e pudores que desabrocham em carícias perfumadas.
Floresço como fogo, espumante...
Risos e lágrimas!

Perco-me entre desejos de bailar por rosas, lábios, folhas, pêlos e pétalas no vergel.
Num silêncio total!
Num reino encantado de olores e cores!

Uma brincadeira entre o laranja e o amarelo das folhas do calendário exala lembranças, fragrâncias.
E no canto...
Com os olhos cerrados

Escuto o soluço do vento
Um pranto lento!
Uma gota de saudade.

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998

sábado, 10 de setembro de 2011

É meu

Invidere!
Pare de querer o que não é teu.
Sim! Estes farrapos são meus.
Não te empresto!
A fatia de carniça também é minha.
Por que queres tudo?

Tu que sobrevives de sombras
Entre esgotos e ruas escuras
Desejando outros caminhos
Envenenando a tua alma.
Tu que só enxergas teu rosto
Num vil espelho de ilusão.

Tu que és peçonhenta
Negas teu presente
E presenteia a vida a todo instante com tormentosos sentimentos.
Cobiçando meu tesouro...
Tesoura que corta a carne...
A roupa nova!

És tão íntima.
Pecado de Caim.
Caida em trapos na escuridão.
Perturbadora e aniquilante
Fazendo de teus olhos flamejantes
Miras sem calibres.

Desejas meus amigos,
minhas reliquias...
 e minha viagem encantada.
Desejas minha vida, minha morte, minha estrada...
Desejas até meus sonhos...

...que nao te conto mais!

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)