sexta-feira, 29 de julho de 2011

Dance a dança

Experimente hoje a inexplicável energia que sentes ao viver a dança.
Sintonize-se em seus movimentos e liberte sua alma no mesmo compasso da melodia.

Saboreie as cifras.
Beba as notas.
São os ritmos que correm no sangue.
São os músculos a brindar.
O viver a rodopiar.

Coreografe o seu presente.
Não penses!
Não sofras!
Baile e embale!

Dance com o consciente e balance com o inconsciente.
Reviva com equilíbrio.
Transcenda sem compromissos.

Concentre-se em seu enredo.
Abra o seu baú e revire seus discos, suas sapatilhas, sua vitrola.

Dance com as mãos, com as palavras, com os olhos.
Que seja sozinha ou em plena multidão.
Que seja nua ou com um belo vestido.
Que seja à noite, ou em todo o verão.

Dance!
Dance para ti.
Dance para mim.
E para todos!
Dance com a vida.
Dance para a vida.

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)

domingo, 10 de julho de 2011

Desenho estranho

Talvez eu tenha pintado uma história em nuances fortes.
Desenho estranho de uma vida interpretada como uma tela de Dalí.
Puro expressionismo abstrato.
Que fez de mim um risco de loucura.

Talvez eu tenha emoldurado a desordem que eclodia dessa doce demência com sua fina pele fina.
Realçando todos os detalhes de teu corpo.
Matizes de uma emoção descuidada.
E sob teus dedos me vi escorrendo como uma simples confusão de cores.

Talvez eu tenha grafitado o céu apenas em preto e branco
buscando por um instante por coisas mais importantes que as estrelas.
Te rabiscando em mil mundos!
Mas não conseguindo te colorir em nenhum deles.

Agora vejo que os mesmos traços com que retoquei tua silhueta
me fizeram esquecer os sonhos de travesseiro.
E sobre a mesma tela que te pintei como um sonho singular...
hoje ressalta apenas o contorno de uma natureza morta.

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Mentiras que eu quero contar

Afina agulha da vitrola em novas canções
Um drink, um cigarro na mão, corpo jogado no chão
Que trilha gostosa de escutar
A sua voz eu encaixotei com alguns velhos LP’s
Em algum porão úmido que eu prefiro nem lembrar!

Uma rede que me abraça, me acolhe num balanço
Dedos num vai-e-vem tocando a terra
Olores de vida e vida viva em meus olhos
Viva vida minha! Só minha!
Afago seu que em mim não toca mais.

Enalteço! É hora do banho
Água quente sobre os ombros, escorrendo pela boca
Sinto (vivo!) minhas mãos pelo meu corpo
Espumas que dão prazer...
Sem sua língua pura e doce, consigo sozinho me enlouquecer!

É cheiro de café, é a broa de fubá
É inspiração que vem com o ar
Um piquenique com sua toalha xadrez
E você uma criança incapaz
Brincando sozinho com sua insensatez!

Oh linda noite que me espera e que comigo supera
Olhos fechados, travesseiros ao lado, sonhos rasos... raros!
No espelho minhas letras escrevem por pura vaidade
É TARDE DEMAIS!
E no meu coração... Eu queria que isso tudo fosse verdade!

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)