domingo, 9 de janeiro de 2011

O machado do Assis

A loucura pode perfeitamente invadir o reino do romantismo e do realismo.

É o que vemos hoje por ai.
Românticos realistas.
Loucos românticos e românticos realmente loucos!

Não existem mais Helenas nem Bentinhos.
De Capitu apenas uma historíola fantástica é escutada.
Restam as memórias.
Sejam as póstumas ou as herméticas.
Memórias do amor.
Do afago.
Do amado!

O romantismo cedeu lugar à mesa para as cobaias humanas e para os homens grosseiros.
Amantes apenas das metáforas.
Um mundo alienado por seres aficionados exclusivamente por charadas e enigmas.
Germes do desequilíbrio!

Os dias estão mais ilegais, vorazes, inseguros e vulgares.
Os amores estão ao acaso.
Acidentais ou incidentais.
O amor está vagabundo!
Um resto e ranço de um ex-mundo.
Mudo!
Imundo!

Onde se escondeu o verdadeiro amor?
No cinema?
No baú?
Dentro do espelho?
Aprisionado como um fantasma?
Numa mensagem perdida?

O que falta para o amor é reaprendermos a semear, a adubar, a podar e a irrigar.
Cultivar no tempo certo.
Esperar o fruto crescer.
Esperar os pássaros espalharem as sementes, os beijos, as belas palavras, os abraços e a gentileza.

Sentemos à mesa e brindemos novamente ao amor.

(Bruno Guedes Fonseca)

(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)

Um comentário:

Lucimara Fernandes disse...

Também estou esperando por esse amor, meu amigo... Mas estou semeando... Só torço para não ter que esperar por muito mais tempo... rs.
Um brinde ao amor!!
bjs