Sempre me disseram que não existe um lugar certo para conhecer
pessoas
Sejam elas especiais ou espaciais
Sempre me disseram que isso ficaria por conta do acaso.
E por isso, sempre acreditei que pessoas interessantes um dia passariam
por mim.
Eu sou interessante e passo por ti!
Sou uma daquelas pessoas que se espera ver de novo, que se
espera viver o novo!
E sempre passo por aqui... E sempre passo por ali... E sempre
passo em passos e passos!
Sempre me disseram que a vida me ensinaria a ser tolo
Que aprenderia muito com esses tolos da vida
Mas me disseram também que eu poderia ensinar algo aos sábios.
Sábias palavras que me disseram!
E alguns sábios tentaram me convencer que o amor é uma
felicidade de plástico
Um exibicionismo canhestro!
Mas eu não acreditei nas tolas palavras desses sábios.
Sempre me disseram que os sonhos são apenas alucinações em
nossas mãos
Que não passamos de palhaços numa vida bamba
Mas eu nunca me preocupei com os tombos
Pois outros me disseram que os sonhos são camas elásticas que
nos seguram
E que nos fazem voltar ao equilíbrio
Que nos fazem acreditar que temos asas para voar
Então vamos voar! Voar para além do alcance dos que não sabem
sonhar.
Sempre me disseram que o abrir dos olhos causa medo
Medo de talvez não abri-los, ou medo de abri-los e nada enxergar
Sempre me disseram do medo de se enxergar num espelho
Que o medo freia, castiga, domina e assassina
Mas eu já escutei por ai que o medo é apenas um alarme
Um alarme do sistema mental!
Que protege, define e previne
Mas nunca me disseram que eu não poderia sentir medo por sentir
medo.
Sempre me disseram que meus sentimentos poderiam interrogar
minha razão
Ou programaria minha mente, ou descuidaria de minha emoção
Sempre me disseram que temos apenas duas opções: cabeça ou
coração
Uns me disseram que é com a massa cefálica que tenho que me
preocupar
Mas só eu sei o que bate no peito e o que me faz enxergar
Pois é dele que vem a brisa que passa pelas flores e leva o
pólen entre os caminhos
Pólen que crescem como florestas de passarinhos.
Sempre me disseram que a saudade é uma palavra violenta, triste
e muitas vezes sem volta.
Me disseram também que ela remete ao longínquo
Que uma despedida muda rumos e embaralha vidas
Sempre me disserem, mas nunca me ensinaram.
Nunca me ensinaram a soletrar lembranças, muito menos conjugar a
nostalgia
Que cada lágrima que cai descrevem a dor de uma partida
E que a saudade é um espetáculo levado pelos ventos da despedida.
(Bruno
Guedes Fonseca)
(Todos os direitos reservados e
protegidos pela lei n° 9.610, de 19/12/1998)
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