Te esculpo como um concreto esboço da
beleza
Faço meus dedos percorrerem por todo
teu rosto
Teu corpo é o molde, a forma e a
magia da criação
Brinco de te esculpir...
Brinco do que és para mim.
Brinco do que és para mim.
Sou um criador abusando de tuas
insinuantes curvas
Desde os teus contornos palpáveis
até a sólida essência de tua maciez
Uma beleza simetricamente delicada
Movimentos definidos...
Harmonia nos lábios, vozes, sussurros...
Harmonia nos lábios, vozes, sussurros...
Olhos que me miram sem piscar, olhos
de tantos desejos ocultos!
Talho essa arte em forma de silêncio
Uma superfície argilosa que recria uma
efígie humanizada por tuas formas
Não deixo faltar um pedaço de teu
corpo,
Nenhum ponto do compasso!
Nenhum ponto do compasso!
Sentimentos criativos que descascam
e pulem esta pedra bruta
Representação deste encontro.
Esculpidas pelo tato, pelo fato, pelas
proeminências e recôncavos
Te guardo em cada canto desta
escultura
Este lascivo fascínio que transcende
essa imagem esculpida
Forma imóvel que reflete
E sopro sobre ti para não esquecer
nenhum detalhe...
Nenhum momento!
Nenhum momento!
(Bruno Guedes Fonseca)
(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei n° 9.610, de 19/12/1998)