Há
tanto tempo me tornei
Irremediavelmente
mente confusa!
Um
léxico de silêncio
Enciclopédia
de dúvidas.
Um
verbo não conjugado
Sem
pronomes e sem pessoas
Com
o destino em uma verdade
Que
não em mim!
Hoje
sinto o vento sacudir minha alma indigna
Um
ser covarde!
Murmúrios
de um corpo que ecoa a solidão em minha cama, em minhas palavras
Em
meu sorriso.
Abnego
e renego qualquer pensamento
Num
momento!
Estou
farto de existir nas noites de insônia
E
de me anular se adormecer sozinho.
Sei
que os cadáveres a minha volta são apenas alucinações
Sei
que não levarei para o outro mundo os poemas que escrevi
Que
os sonhos de criança não me acompanharão
Que
meus medos são mortes e dores do que já fui.
Perdi
minha vontade de metamorfosear
E
a única certeza que tenho é que meu barril transbordou
Em
lagrimas, em ilusões, em pesadelos
Em
emoções súbitas!
Sem
sentido algum
Tudo
transbordou!
E
não existem mais novas poesias em mim.(Bruno Guedes Fonseca)
(Todos os direitos reservados e protegidos pela lei nº 9.610, de 19/12/1998)